Pudores e (des)pudores

Tenho uma situação se arrastando, demoro horrores pra resolver e fico indignada comigo mesma. Quero resolver, claro q sim, mas falta coragem.
Engraçado como tenho coragem pra tantas coisas, até pra enfrentar a morte, q para mim não é nenhum absurdo. Mas uma simples conversa eu adio meses, às vezes até anos.
Simples mas difícil, pois envolve uma série de coisas q escondo de mim mesma. E só escondo pq tenho medo delas.
É como estar literalmente no alto de um edifício de 100 andares, andando na margem e olhando pra baixo. Dá vertigem, de vez em qdo escorrego, me equilibro, mas lá embaixo está o limite. E preciso me jogar pra encontrar o chão. Mas não tenho asas e pode ser q eu erre o alvo e me esfole no asfalto.
Então eu pulo pro lado de dentro da mureta, no terraço do edifício, e lá tem um parque de diversões e um lindo jardim. Divirto-me no parque, rolo na grama do jardim, colho as flores q ele me oferece e dali eu não passo. Nem ouso entrar no elevador (a porta está travada temporariamente), q seria o caminho mais fácil, e descer pra enfrentar a rua, o asfalto negro q vejo lá de cima. Fazia tempo q não caminhava ali. Hoje eu olhei lá pra baixo e tive a impressão de q nem é tão assustador, mas ainda assim, prefiro meu jardim. Ele é colorido, só ele me faz bem.
Continuo adiando este encontro, dependendo de um furacão ou qq outro acidente natural q me tire dali.
Estou com saudade!